
O que ocorre no episódio bíblico narrado no livro de Joel é um exemplo de cegueira no seu nível mais alto, onde DEUS, ao ser esquecido pelo seu povo, faz juízo afim de que a nação volte seu coração para Ele, mantendo-se fiéis não apenas nas práticas externas, más, principalmente com seus corações rasgados, arrependidos diante dEle. Joel 2:13 “Rasguem o coração, e não as vestes. Voltem-se para o Senhor, para o seu Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor; arrepende-se, e não envia a desgraça”.
Algo que é importante dizer, é que DEUS não têm demônios a seu serviço, ainda que nada aconteça sem sua permissão, e também, que não há maldade em seu coração uma vez que Ele é amor, como vemos em 1 João 4:8 ”quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. As calamidades que chegaram até a nação israelita foi o meio pelo qual DEUS utilizou para fazer com o que o povo se voltasse para Ele de todo seu coração, e não foram executadas por demônios, como costumamos ouvir algumas pessoas falarem baseadas no texto de Joel 1:4 “o que o gafanhoto cortador deixou o gafanhoto peregrino comeu; o que o gafanhoto peregrino deixou o gafanhoto devastador comeu; o que o gafanhoto devastador deixou o gafanhoto devorador comeu”, ao compararem os gafanhotos a demônios devoradores de riquezas, como eu por exemplo fui enganado durante anos antes de me interessar em de fato ler o contexto, mas sim a seu grande exército, segundo Ele mesmo disse por intermédio do profeta Joel 2:25 quando prometera a restituição, "Vou compensá-los pelos anos de colheitas que os gafanhotos destruíram: o gafanhoto peregrino, o gafanhoto devastador, o gafanhoto devorador e o gafanhoto cortador, o meu grande exército que enviei contra vocês”.
Vemos em outras passagens DEUS usando o mesmo método de punição, como por exemplo as pestes no Egito, quando o Faraó tinha seu coração endurecido e impedia a libertação do o povo de Israel do cativeiro de mais de quatrocentos anos, o que foi narrado no livro do Êxodo, do capítulo 7 a partir do versículo 14 até o capítulo 12 e verso 30 do mesmo livro. Temos outro exemplo no 1º livro das Crônicas 21:14,15, quando “mandou, pois, o Senhor a peste a Israel; e caíram de Israel setenta mil homens. E Deus mandou um anjo a Jerusalém para a destruir; e, destruindo-a ele, o Senhor olhou, e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo destruidor: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto à eira de Ornã, o jebuseus”, nesse episódio, Davi, rei de Israel, pecou ao ceder à tentação de satanás, deixando o orgulho subir no seu coração, quando pediu para que Joabe e outros de seus comandantes contassem o número de seu povo a fim de se gloriar pelo resultado dessa contagem.
Voltando ao livro de Joel, percebi que as consequências das negligências espirituais dos israelitas, além de resultar numa das maiores crises nacionais, , passaram a interferir nas poucas práticas religiosas que eles mantinham, que eram as ofertas no templo, uma vez que não se tinha mais o que ofertar, devido à grande devastação do Juízo do Senhor, que, além de acabar com as plantações de onde se tiravam as ofertas de cereais, castigavam os rebanhos de ovelhas para expiação, que frequentemente eram apresentados como sacrifício a DEUS. Joel 1:9;17,18 Foi cortada a oferta de alimentos e a libação da casa do Senhor; os sacerdotes, ministros do Senhor, estão entristecidos. As sementes estão murchas debaixo dos torrões de terra. Os celeiros estão em ruínas, os depósitos de cereal foram derrubados, pois a colheita se perdeu. Como está mugindo o gado! As manadas andam agitadas porque não têm pasto; até os rebanhos de ovelhas estão sendo castigados.
Revi nessa passagem, entre tantos exemplos mencionados nas escrituras, que é possível, por algum tempo, manter uma vida de pecados, aparentando estar tudo certo aos olhos humanos, mantendo os rituais religiosos e passando a imagem de cristãos fiéis e espirituais, o que por sua vez foi rechaçado por Jesus em Mateus 23:27,28 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.
Vi também o desagrado da parte de DEUS em relação às ofertas ritualizadas, sem a pré-disposição do coração, desconsiderando que “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (Jo 4:24). Nesse sentido, podemos compreender o ensino dado pelo escritor de Provérbios, no capítulo 15 e verso 8, que “o sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é o seu contentamento”, ou seja, tornamo-nos como os ímpios, renegando a DUES ao negligenciar as coisas pertinentes ao seu reino, porém, com um agravante, segundo o ensino de Pedro em 2 Pedro 2:20,21 "Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado".
Notei que DEUS começou a punir o povo com a praga dos gafanhotos, com a seca no país, e por fim, impossibilitando-lhes de realizarem os falsos rituais que mantinham sua aparência diante dos homens, dos quais poderiam se vangloriar. Creio que tais sacrifícios não subiam como aroma suave, e ao contrário disso, eram abomináveis ao Senhor, e rejeitados por Ele, eram práticas de “crentes mornos”, o que fatalmente os levariam a condenação como vemos em Apocalipse 3:15,16 “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”, considerando ainda o que disse o profeta Naum a respeito de DEUS, Naum 1:3 ”o Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, e ao culpado não tem por inocente; o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés”.
Em Isaías 66:2-3 temos um retrato do conhecimento do Senhor a nosso respeito e do que de fato representam nossos falsos sacrifícios ante a Ele, “Não foram as minhas mãos que fizeram todas essas coisas, e por isso vieram a existir? ", pergunta o Senhor. "A este eu estimo: ao humilde e contrito de espírito, que treme diante da minha palavra. Mas aquele que sacrifica um boi é como quem mata um homem; aquele que sacrifica um cordeiro, é como quem quebra o pescoço de um cachorro; aquele que faz oferta de cereal é como quem apresenta sangue de porco, e aquele que queima incenso memorial, é como quem adora um ídolo. Eles escolheram os seus caminhos, e suas almas têm prazer em suas práticas detestáveis.
Dados os fatos e reflexões citados acima, que possamos ungir nossos olhos para ver o que estamos fazendo de errado ou deixando de fazer para o Reino de DEUS, conforme o conselho do Senhor dado à igreja de Laodicéia por intermédio de João em Apocalipse 3:18, aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
Consideremos também, uma das motivações que devemos ter para servir a DEUS deixada por Paulo em 1 Coríntios 9:25-27 E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.
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