PROFETA ?




Em primeiro lugar o que é profecia? Quero me basear em alguns comentários da mensagem do Reverendo Augustus Nicodemus, que talvez não seja a verdade absoluta, mas vejo que está perfeitamente sincronizada com a palavra de DEUS.


“Profetizar é falar de baixo da inspiração do Espírito Santo sob a autoridade de DEUS, que consiste em diversos tipos de falas, sejam em interpretação das circunstâncias pra ver a mão de DEUS agindo, interpretação das escrituras pra entender o presente e conhecer o passado, anuncio do futuro de indivíduos relacionados com a história da redenção e anuncio das boas novas de que DEUS visita o seu povo pra salvar”.

Quero falar mais precisamente das profecias relacionadas ao futuro de indivíduos.

Todas as vezes, na bíblia, que alguém profetizou algo a respeito do futuro de alguém, essa profecia sempre esteve relacionada a história da redenção, como o exemplo da profecia do profeta Ágabo em relação a vida de Paulo.

“E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo;
E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios.
E, ouvindo nós isto, rogamos-lhe, tanto nós como os que eram daquele lugar, que não subisse a Jerusalém.
Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus (Atos 21:10-13)”.

Ágabo está profetizando algo que aconteceria na vida do Apostolo Paulo, e o que devemos levar em consideração a essa profecia, é que fora dirigida a um indivíduo cuja atividade estava ligada a história da redenção, aos caminhos de DEUS para implantação do seu reino, se tratava de um Apostolo, Apostolo verdadeiro por sinal, que atendia todos os requisitos para ser chamado como tal, inclusive o de ter visto a Jesus ressurreto numa aparição pública e não uma suposta visão, que é algo interno, onde os apóstolos de hoje fundamentam seu título.

Podemos citar outros exemplos:

A respeito de João Batista
“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus (Isaías 40:3)”.

A respeito de Maria, mãe de Jesus
“Por isso o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel (Isaías 7:14)”.

A respeito de Jesus Cristo
“Ele cresceu diante dele como um broto tenro, e como uma raiz saída de uma terra seca. Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada em sua aparência para que o desejássemos (Isaías 53:2)”.

Note como as profecias estavam vinculadas a fatos relacionados com o reino de DEUS no que diz respeito a redenção, e nunca a questões pessoais de quem quer que seja.

A partir daí podemos passar a averiguar as “profecias” dos dias atuais.

“Eu profetizo que DEUS vai te dar uma casa, um carro, um marido, etc”.

Qual a relação dessa profecia com a redenção?

Quantos de nós já ouvimos dizer que o que o "profeta" fala é de DEUS, sem nem se quer consultar o que dizem as escrituras a esse respeito, por várias vezes nos sentimos tristes por não viver o que havia sido dito ao nosso respeito, sendo taxados ainda como incrédulos cuja fé não alcançava as magnificas profecias, quando na verdade, eram todas falsas, que até nos deixavam motivados no primeiro momento, mas se tornava peso quando não se cumpria com o passar do tempo, afinal a esperança que se retarda deixa o coração doente (Pv 13:12a)". Mas agora podemos ficar em paz com nós mesmos e principalmente com DEUS que é fiel, cujas promessas são verdadeiras e satisfaz os nossos anseios.

Eu não poderia deixar de, pelo menos, mencionar o dom de profecia de 1 Coríntios 14:1-3, que em outras palavras é a pregação das escrituras nos dias de hoje, deixando bem claro sua finalidade, que é edificar, exortar e consolar os homens.

“Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de profecia.
Pois quem fala em língua não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios.
Mas quem profetiza o faz para a edificação, encorajamento e consolação dos homens”.

Não despreze a pregação da palavra de DEUS, nem considere o dom de falar em línguas superior a ela, que é o que de fato nos edifica, exorta e consola, uma vez que vem de quem nos conhece de verdade e sabe do que você precisa.

Tratando-se de profetas (Pregadores), falem dois ou três, e os outros julguem cuidadosamente o que foi dito (1 Coríntios 14:29).

Pra finalizar, é importante que todos saibam de fato os seus devidos lugares e o que estão fazendo e dizendo, porque "o Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, e ao culpado não tem por inocente (Na 1:3a)" e diz "se alguém não ouvir as minhas palavras, que o profeta falará em meu nome, eu mesmo lhe pedirei contas. Mas o profeta que ousar falar em meu nome alguma coisa que não lhe ordenei, ou que falar em nome de outros deuses, terá que ser morto (Dt 18:19-20".

Que esse conteúdo possa te ajudar, de modo que falsas profecias não abalem sua fé.

Adore a DEUS por quem Ele é, e não pelo que pode fazer.

Quero dizer que não sou absolutamente nada nem ninguém, senão um servo inútil, que tenho “tentado” fazer apenas o que eu deveria (Lc 17:10).

MENSAGEM OBEDE-EDOM



Base bíblica - 2 Samuel 6:10-12

E não quis Davi retirar para junto de si a arca do Senhor, à cidade de Davi; mas Davi a fez levar à casa de Obede-Edom, o giteu. E ficou a arca do Senhor em casa de Obede-Edom, o giteu, três meses; e abençoou o Senhor a Obede-Edom, e a toda a sua casa. Então avisaram a Davi, dizendo: Abençoou o Senhor a casa de Obede-Edom, e tudo quanto tem, por causa da arca de Deus; foi pois, Davi, e trouxe a arca de Deus para cima, da casa de Obede-Edom, à cidade de Davi, com alegria”

Raciocínio e reflexão

Uma questão que me fez pensar, é o que de fato aconteceu na casa de Obede-Edom? O que entendeu ele que uma geração inteira de israelitas, e até mesmo sacerdotes não entenderam?

A partir dessas questões, podemos tirar algumas conclusões baseados nas escrituras, que por sua vez, é a palavra do próprio DEUS.

Antes de entrarmos no episódio que narra a respeito do que aconteceu na vida de Obede-Edom quando da estadia da arca em sua casa, gostaria de lembrar de duas outras ocasiões anteriores a esta, onde a “arca da aliança” esteve presente, porém, com efeitos diferentes.

De Hofni e Finéias a Obede Edom

Temos em 1Samuel 4, o episódio em que o povo de Israel perde uma guerra para os filisteus, ocasionando na morte dos sacerdotes Hofni e Finéias, além de terem a arca da aliança tomada pelos seus oponentes.

Segundo a narrativa bíblica, o povo de Israel foi para a guerra contra os filisteus, e na primeira etapa tiveram cerca de quatro mil homens mortos no campo de batalha. Com essa derrota os soldados que retornaram para o acampamento trouxeram a notícia às autoridades de Israel que perguntaram: ”Por que o senhor deixou que os filisteus nos derrotassem? E acrescentaram: Vamos a Siló buscar a arca da aliança do Senhor, para que Ele vá conosco e nos salve das mãos de nossos inimigos” (1 Sm 4:3).

Vemos aqui, na declaração das autoridades israelitas uma clara noção pagã de que a deidade está identificada com o símbolo da sua presença, e que o favor de DEUS pode ser automaticamente obtido mediante a manipulação desses símbolos, o que não é nenhuma coincidência com o que vemos hoje nas igrejas, ídolos de várias matérias primas, chaves, lenços, fronhas, alianças, miniaturas da arca da aliança, entre outras centenas de símbolos distribuídas e comercializadas como se tivessem em si algum poder místico.

A segunda etapa da grande derrota, é quando os soldados israelitas voltaram para o campo de batalha contra os filisteus, acompanhados da arca da aliança e dos sacerdotes Hofni e Finéias filhos do sacerdote Eli como sugerira as autoridades, em 1 Samuel 4:10-11, “os filisteus lutaram e Israel foi derrotado; cada homem fugiu para sua tenda. O massacre foi muito grande: Israel perdeu trinta mil homens de infantaria. A arca de DEUS foi tomada, e os filhos de Eli, Hofni e Finéias, morreram ”.

Nesta segunda etapa vemos uma tentativa frustrada por parte dos israelitas, que até tinham razões para acreditar na relação entre a presença de DEUS com seu povo e a arca, lembrando inclusive das várias vitórias obtidas no passado ( Nm 10:33-36 / Js 3:3, 11, 14-17; 6:6, 12-20 ), porém acreditavam incorretamente, que a presença do Senhor com a arca os garantiriam automaticamente a vitória, sem que houvesse à livre decisão divina.

Outra ocasião importante, foi a estadia da arca da aliança na casa de Abinadabe. Após os filisteus terem roubado a arca dos israelitas, a bíblia nos mostra que eles receberam severas punições da parte de DEUS, o que os fizeram devolve-la ao povo de Israel (1 Sm 6).

Em 1 Samuel 7:1, as escrituras dizem que a arca devolvida fora deixada na casa de Abinadabe, aos cuidados de seu filho Eleazar, consagrado para fim de guardá-la. Agora, algo que me é estranho, é que nada acontece na vida de Abinadabe e de seus familiares vinculado ao fato de terem a arca em sua casa por dezenas de anos, o que nos permite apenas sugerir qual fora sua relação com o símbolo da presença de DEUS, nenhuma, senão o fato de terem consigo mais um “móvel” esquecido.

A arca da aliança

Mas afinal, o que de fato simbolizava a “arca da aliança”, vamos tentar compreender.

A arca da aliança tipifica a presença de DEUS, que segundo 1 Sm 4:4, “tem o seu trono entre os querubins”. As descrições da tampa da arca, também conhecida como propiciatório, continham figuras que sugeriam o trono celeste. Tinham dois querubins de ouro maciço com a cabeça encurvada e as asas estendidas cuja sombra cobriam o propiciatório, esses querubins parece que eram anjos que tinham acesso direto ao Senhor e que eram utilizados para guardar e proteger sua glória e seus interesses, eles também foram citados no livro de Ezequiel 1:5 e Apocalipse 4:6 integrando uma visão que os respectivos escritores tiveram do trono de DEUS.

A arca da aliança era um utensílio cujo significado ultrapassava seu valor, tendo como caráter intencional apontar para além de si mesma e tinha como marca de sua essência o caráter daquilo que representava, no qual encontra o seu verdadeiro significado. Carl Jung diz o seguinte: “Uma palavra ou imagem é simbólica quando implica alguma coisa além de seu significado manifesto e imediato”. Agostinho comentou: “O sinal (símbolo) é, portanto, toda coisa que, além da impressão que produz em nossos sentidos, faz com que nos venha ao pensamento outra ideia distinta. É importante colocar as coisas nos seus devidos lugares, o símbolo e o que ele representa. Enquanto esteve no tabernáculo, mais precisamente no santo dos santos ou lugar santíssimo, apenas o sumo sacerdote tinha acesso a arca, o que acontecia anualmente, após passar por uma série de procedimentos de purificação e santificação, dando a ele condições de executar o ritual sagrado que resultava na manifestação da glória de DEUS como resposta de aceite do sacrifício em perdão aos pecados do povo. O povo não tinha acesso a arca, não havia adoração perante ela, o que poderia se transformar em idolatria ao utensílio, que não era o propósito de DEUS.

Dito isso, vamos às análises dos episódios acima citados onde a arca é mencionada, na derrota para os filisteus e na casa de Abinadabe levando em consideração o contexto dos fatos.

Contexto de cada período

Na derrota para os filisteus, temos uma grande negligência por parte dos sacerdotes, que deveriam ser responsáveis por conduzir o povo à obediência a DEUS. Hofni e Finéias, filhos do sacerdote Eli, tinham como prática descumprir as ordens do Senhor concernente ao manuseio dos sacrifícios que o povo realizava (1 Sm 2:13-16), além dos atos de prostituição ao se deitarem com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação (1 Sm 2:22). Será que eles se esqueceram que o Senhor estava presente? O que vemos aqui é a total falta de reverência diante do que a arca representava, para onde foram todos os rituais que faziam de Israel a nação separada, as cerimônias que antecediam o contato dos sacerdotes com a arca?

O quadro que temos desse episódio é o Sacerdote Eli cego, o ministério sacerdotal “entregue às traças” e a nação sem direção, começando por suas autoridades, que num ato de desespero e falta de sabedoria, manusearam o símbolo sem relacionamento com o DEUS que ele representava, abrindo mão das leis morais, cerimoniais e civis.

Enquanto a arca esteve na casa de Abinadabe, Israel viveu uma realidade semelhante em relação as práticas dos sacerdotes filhos de Eli, agora porém, com os filhos de Samuel. Joel e Abias, que apegados aos bens materiais e prazeres se inclinaram a avareza, tomando presentes como suborno e pervertendo a justiça deixando de cumprir leis importantes do pentateuco utilizando de má fé (1 Sm 8:3). Essa sequência de sacerdotes corruptos e sem reverência fez com que o povo clamasse por um rei, com desejo de se igualarem às outras nações (1 Sm 8:19-20), Israel agora passara a ser uma monarquia.

O quadro agora é o de um sacerdócio ilegítimo, uma transição de modelo de governo, uma grande derrota ocasionando na morte do rei Saul e sua família, a nova liderança no comando de Davi e mais uma série de ocorrências num curto espaço de tempo, que talvez, tenham cooperado para que a arca da aliança, representação da presença de DEUS, fosse deixada para segundo plano, as preocupações eram outras e a tentativa de Samuel de fazer com que o povo se voltasse para o Senhor talvez não tivera o devido efeito.

O que é muito interessante, é que mesmo com a falta de zelo por sua presença, DEUS continuava a manifestar-se em favor do povo, derrotando seus adversários com manifestações gloriosas (1 Sm 7:7-14), concedendo-lhes o rei que lhe pediram (1 Sm 10:17-27), derrubando o gigante que os afrontavam (1Sm 17:48-58), etc.

Na casa de Obede-Edom

Agora chegamos em 2 Samuel 6:10-11, a arca do Senhor na casa de Obede-Edom.

Por isso ele (Davi) desistiu de levar a arca do Senhor para a cidade de Davi. Em vez disso, levou-a para a casa de Obede-Edom, de Gate.  A arca do Senhor ficou na casa dele por três meses, e o Senhor o abençoou e a toda a sua família (2 Samuel 6:10-11).

Numa tentativa frustrada de levar a arca para Jerusalém, Davi tendo visto a ira de DEUS ocasionando na morte do sacerdote Uzá pelo Senhor, após tocar na arca em desobediência à instrução divina dada a Moisés quando de sua confecção, entende que não pode continuar com o planejado, pelo menos naquele momento, e é aí que Obede-Edom passa a integrar o contexto, ao ser procurado por Davi a fim de que ficasse com a arca em sua casa, o que milagrosamente, proporcionou uma grande prosperidade, chamando a atenção do reino até chegar ao conhecimento do Rei, Davi.

“E ficou a arca do Senhor em casa de Obede-Edom, o giteu, três meses; e abençoou o Senhor a Obede-Edom, e a toda a sua casa. Então avisaram a Davi, dizendo: Abençoou o Senhor a casa de Obede-Edom, e tudo quanto tem, por causa da arca de Deus; foi pois Davi, e trouxe a arca de Deus para cima, da casa de Obede-Edom, à cidade de Davi, com alegria (2 Samuel 6:11,12)”.

Não temos muitos relatos das ocorrências na casa de Obede-Edom, a bíblia só nos diz que ele foi abençoado, sua casa foi abençoada por causa da arca, creio que isso se deu pela maneira com a qual este homem a tratou, não o utensílio em si, mas seu relacionamento com o DEUS cuja presença ela representava. Por ser levita acredito que ele deveria conhecer o cerimonial, fazia parte da história de sua família cada detalhe por menor que fosse, desde a preparação, limpeza e santificação do sacerdote para achegar-se à arca, até a aspersão do sangue dos sacrifícios a fim de obter o perdão de DEUS.

Creio que Obede-Edom deu à arca a atenção devida, não apenas colocando-a no melhor lugar de sua casa como tanto ouvimos nas pregações, enfatizando a importância do utensílio, mas acima de tudo, deixando com que o espírito Santo de DEUS o guiasse na adoração, no zelo e na reverência, que era o que DEUS esperava daqueles que lidavam com a arca, ou melhor, com sua presença, diferentemente do descaso para com o Senhor ou à má conduta estabelecida com o passar dos anos pelos sacerdotes prostitutos e corruptos.

Acredito que sua postura e adoração foi o que atraiu o favor de DEUS, considero ainda que as bênçãos que o Senhor lhe dera, nem também os seus descendentes aptos para o trabalho (1Cr 26:8), que era um grande sinal da benção do Senhor naquela época, tenha sido o mais importante, se comparado ao fato de que Obede-Edom, morador de uma casa à beira de uma estrada, talvez um levita “inativo”, agora fora honrado com a possibilidade de acompanhar a arca até Jerusalém, tendo como responsabilidade o privilégio de cuidar de uma das portas do templo, possibilitando a seus descendentes permanecerem em funções importantes cuidando do depósito de ouro, prata e utensílios (1Cr 26:15).

A melhor benção para Obede-Edom foi permanecer na presença de DEUS, manter sua família aos pés do Senhor, afinal de contas, prosperar é avançar em direção aos propósitos de DEUS.

Obede-Edom e os crentes

Qual a relação entre Obede-Edom e nós, quais paralelos que podemos fazer?

1º Obede-Edom era um levita, descendente de uma das tribos de Jacó que fora escolhida pelo próprio DEUS para determinadas funções exclusivas, as funções sacerdotais.

“E eu, eis que tenho tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em lugar de todo o primogênito, que abre a madre, entre os filhos de Israel; e os levitas serão meus (Nm 3:12)”.

Nós também temos o privilégio de ser chamados sacerdócio real de DEUS para uma determinada função, que é a de anunciar as virtudes de DEUS.

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; (1 Pe 2:9)”.

2º Obede-Edom fazia parte do povo de Israel que fora oprimido no Egito, e posteriormente, por misericórdia de DEUS, foi liberto da escravidão para servirem somente a Ele.

“Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim (Ex 20:2,3)”.

Nós também fomos escravizados e depois chamados para a liberdade mediante a misericórdia do Senhor.

“Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia. Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma (1 Pe 2:10,11)”.

3º Por ser descendente dos meraritas filhos de Levi, a linhagem de Obede-Edom tinha a responsabilidade de transportar e cuidar das bases do tabernáculo (templo móvel) no deserto onde ficava a arca da aliança que era a presença de DEUS.

“Esta, pois, será a responsabilidade do seu cargo, segundo todo o seu ministério, na tenda da congregação: As tábuas do tabernáculo, e os seus varais, e as suas colunas, e as suas bases; como também as colunas do pátio em redor, e as suas bases, e as suas estacas, e as suas cordas, com todos os seus instrumentos, e com todo o seu ministério; e contareis os objetos que ficarão a seu cargo, nome por nome (Nm 4:31,32)”.

Nós também temos a responsabilidade de cuidar e “transportar” o templo móvel, uma vez que nós somos o templo do Espírito Santo onde a presença de DEUS habita.

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus (1 Co 6:19,20)”.

4º Obede-Edom, assim como nós pecou e destituído estava da glória de DEUS.

“Pois quê? Somos nós (referiu-se aos judeus) mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos (referiu-se aos gentios), todos estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só (Rm 3:9-12)”.

Poderíamos continuar com inúmeras outras citações, mas creio ser o suficiente o que já foi descrito no conteúdo acima.

Para concluir, aprendi que temos inúmeras semelhanças com Obede-Edom, mas o que vai fazer com que nossa vida mude é entender que prosperar é avançar em direção aos propósitos de DEUS, vivendo em sua presença, nos limpando Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo (1 Pedro 1:16)”. Como templos do Espírito Santo tendo sua presença em nós, precisamos ter nos corações os símbolos que haviam dentro da arca, a obediência às leis do Senhor representada pelas tábuas dos mandamentos, uma nova vida representada pelo cajado de Arão que floresceu, que era seco e morto e deu frutos após o novo nascimento, e a fé em Jesus, o pão da vida representado pelo maná, que nos supri de todas as necessidades naturais e espirituais.

Abraço e fiquem na paz do Senhor.

OBEDE-EDOM - QUEM FOI?



Ao estudar a famosa passagem que narra a prosperidade de Obede-Edom (2 Samuel 6:10-12 / 1 Crônicas 13:13-14), fiquei curioso em saber mais a respeito da história desse homem de DEUS, e os resultados foram os mais diversos.

Alguns acreditam que ele era Filisteu, baseando-se em diversas questões, como por exemplo o fato de a bíblia relatar que ele era geteu, uma vez que esse era o nome dado a quem havia nascido na cidade de Gate dos Filisteus.

Outros, porém, acreditam que sua origem seja de raiz levítica, mais precisamente coatita, considerando entre diversos argumentos, que Obede-Edom era Geteu, não da cidade de Gate dos Filisteus, mas de Gate-Rimom, cidade dada aos levitas coatitas pela tribo de Dâ por intermédio de Josué  na divisão da terra prometida (Josué 21:23). 

Outra sugestão, que é a que mais se aproxima da verdade ao meu ver, considerando as escrituras sagradas, é que Obede-Edom tenha sido da linhagem levítica, descendente de Merare.

Nesse breve conteúdo, tentarei apresentar argumentos que sugerem que Obede-Edom era de fato levita, “descendente dos Meraritas”.

1°) Vamos identificar, de acordo com a bíblia, alguém com quem Obede-Edom teria algum tipo de parentesco. Vejamos:

Então Davi deixou Asafe e seus parentes diante da arca da aliança do Senhor para ali ministrarem regularmente, de acordo com as prescrições para cada dia. Também deixou Obede-Edom e seus sessenta e oito parentes para ministrarem com eles. Obede-Edom, filho de Jedutum, e também Hosa foram porteiros. 
1 Crônicas 16:37-38

Segundo o versículo 38 do texto acima citado, temos a ideia de que Obede-Edom era filho de Jedutum.

2°) Agora, vamos tentar traçar a dinastia da qual Jedutum, e consequentemente Obede-Edom faziam parte.

Davi, juntamente com os capitães do exército, separou para o ministério os filhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, para profetizarem com harpas, com címbalos, e com saltérios; e este foi o número dos homens aptos para a obra do seu ministério.
1 Crônicas 25:1

Para continuarmos esse estudo, é necessário pontuar que, ao que tudo indica, o Jedutum acima citado, era anteriormente chamado de Etã, pois, antes da chegada da Arca a Jerusalém, Etã é relacionado com outros músicos, Hemã e Asafe, ao passo que “Jedutum” é depois usado nessa mesma relação (1Cr 15:17, 19; 25:1). Consideremos ainda que a bíblia não fornece nenhuma linhagem ancestral de Jedutum, mas sim a de Etã (1Cr 6:44-47), por outro lado, também não se menciona descendentes de Etã, mas menciona-se os de Jedutum (1Cr 9:16). A mudança do nome de Etã (que significa “Perseverante; Sempre Fluindo”) para Jedutum (possivelmente duma raiz que significa “elogiar; louvar”) certamente denota uma harmonia com a designação que lhe foi dada por Davi (1Cr 16:41).

Vamos prosseguir no raciocínio de acordo com as escrituras sagradas.

Designaram, pois, os levitas a Hemã, filho de Joel; e dos seus irmãos, Asafe, filho de Berequias; e dos filhos de Merari, seus irmãos, Etã, filho de Cusaías. E os cantores, Hemã, Asafe e Etã, se faziam ouvir com címbalos de metal;
1 Crônicas 15:17 e 19

Por fim, baseemo-nos na descrição bíblica dos antecessores de Jedutum/Etã de origem Levítica, mais precisamente Merarita.

Estes são os que ministravam, junto com seus filhos: Dentre os Meraritas: À esquerda de Hemã, parente dos meraritas, ficava Etã, filho de Quisi, filho de Abdi, filho de Maluque, filho de Hasabias, filho de Amazias, filho de Hilquias, filho de Anzi, filho de Bani, filho de Sêmer, filho de Mali, filho de Musi, filho de Merari, filho de Levi.
1 Crônicas 6:33a; 44 - 47

É baseado nos dois pontos acima que eu acredito ser Obede-Edom um levita, descendente de Merari.


Toda sugestão que confirme ou desabone a conclusão acima será muito bem vinda, afinal, o meu desejo é encontrar as respostas mais precisas em relação aos fatos históricos da bíblia sagrada que possam ser mapeados.

CEGUEIRA ESPIRITUAL



A cegueira começa a ocorrer nas nossas vidas quando começamos a negligenciar algumas coisas mais sutis, aquelas que ninguém vê, além de DEUS é claro, o que vai tomando proporções cada vez maiores, até ao ponto em que passamos a não ver problemas em relação a fatores básicos da vida cristã, tais como o temor e obediência ao Senhor e o nosso próprio testemunho diante dos homens. Sem perceber, tornamo-nos ébrios, embriagados pelas consequências negativas dos pecados, com os sentidos físicos e morais comprometidos, na ilusão de que a “paz” e a “prosperidade” sejam o mais importante assim como ocorrera com o povo de Israel, quando da chamada para o despertamento de DEUS por intermédio do profeta Joel. Joel 1:5 Acordem, bêbados e chorem! Lamentem todos vocês, bebedores de vinho; gritem por causa do vinho novo, pois ele foi tirado dos seus lábios.

O que ocorre no episódio bíblico narrado no livro de Joel é um exemplo de cegueira no seu nível mais alto, onde DEUS, ao ser esquecido pelo seu povo, faz juízo afim de que a nação volte seu coração para Ele, mantendo-se fiéis não apenas nas práticas externas, más, principalmente com seus corações rasgados, arrependidos diante dEle. Joel 2:13 “Rasguem o coração, e não as vestes. Voltem-se para o Senhor, para o seu Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor; arrepende-se, e não envia a desgraça”.

Algo que é importante dizer, é que DEUS não têm demônios a seu serviço, ainda que nada aconteça sem sua permissão, e também, que não há maldade em seu coração uma vez que Ele é amor, como vemos em 1 João 4:8 ”quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. As calamidades que chegaram até a nação israelita foi o meio pelo qual DEUS utilizou para fazer com o que o povo se voltasse para Ele de todo seu coração, e não foram executadas por demônios, como costumamos ouvir algumas pessoas falarem baseadas no texto de Joel 1:4 “o que o gafanhoto cortador deixou o gafanhoto peregrino comeu; o que o gafanhoto peregrino deixou o gafanhoto devastador comeu; o que o gafanhoto devastador deixou o gafanhoto devorador comeu”, ao compararem os gafanhotos a demônios devoradores de riquezas, como eu por exemplo fui enganado durante anos antes de me interessar em de fato ler o contexto, mas sim a seu grande exército, segundo Ele mesmo disse por intermédio do profeta Joel 2:25 quando prometera a restituição, "Vou compensá-los pelos anos de colheitas que os gafanhotos destruíram: o gafanhoto peregrino, o gafanhoto devastador, o gafanhoto devorador e o gafanhoto cortador, o meu grande exército que enviei contra vocês”

Vemos em outras passagens DEUS usando o mesmo método de punição, como por exemplo as pestes no Egito, quando o Faraó tinha seu coração endurecido e impedia a libertação do o povo de Israel do cativeiro de mais de quatrocentos anos, o que foi narrado no livro do Êxodo, do capítulo 7 a partir do versículo 14 até o capítulo 12 e verso 30 do mesmo livro. Temos outro exemplo no 1º livro das Crônicas 21:14,15, quando “mandou, pois, o Senhor a peste a Israel; e caíram de Israel setenta mil homens. E Deus mandou um anjo a Jerusalém para a destruir; e, destruindo-a ele, o Senhor olhou, e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo destruidor: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto à eira de Ornã, o jebuseus”, nesse episódio, Davi, rei de Israel, pecou ao ceder à tentação de satanás, deixando o orgulho subir no seu coração, quando pediu para que Joabe e outros de seus comandantes contassem o número de seu povo a fim de se gloriar pelo resultado dessa contagem.

Voltando ao livro de Joel, percebi que as consequências das negligências espirituais dos israelitas, além de resultar numa das maiores crises nacionais, , passaram a interferir nas poucas práticas religiosas que eles mantinham, que eram as ofertas no templo, uma vez que não se tinha mais o que ofertar, devido à grande devastação do Juízo do Senhor, que, além de acabar com as plantações de onde se tiravam as ofertas de cereais, castigavam os rebanhos de ovelhas para expiação, que frequentemente eram apresentados como sacrifício a DEUS. Joel 1:9;17,18 Foi cortada a oferta de alimentos e a libação da casa do Senhor; os sacerdotes, ministros do Senhor, estão entristecidos. As sementes estão murchas debaixo dos torrões de terra. Os celeiros estão em ruínas, os depósitos de cereal foram derrubados, pois a colheita se perdeu. Como está mugindo o gado! As manadas andam agitadas porque não têm pasto; até os rebanhos de ovelhas estão sendo castigados.

Revi nessa passagem, entre tantos exemplos mencionados nas escrituras, que é possível, por algum tempo, manter uma vida de pecados, aparentando estar tudo certo aos olhos humanos, mantendo os rituais religiosos e passando a imagem de cristãos fiéis e espirituais, o que por sua vez foi rechaçado por Jesus em Mateus 23:27,28 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. 

Vi também o desagrado da parte de DEUS em relação às ofertas ritualizadas, sem a pré-disposição do coração, desconsiderando que “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (Jo 4:24). Nesse sentido, podemos compreender o ensino dado pelo escritor de Provérbios, no capítulo 15 e verso 8, que “o sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é o seu contentamento”, ou seja, tornamo-nos como os ímpios, renegando a DUES ao negligenciar as coisas pertinentes ao seu reino, porém, com um agravante, segundo o ensino de Pedro em 2 Pedro 2:20,21 "Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado".

Notei que DEUS começou a punir o povo com a praga dos gafanhotos, com a seca no país, e por fim, impossibilitando-lhes de realizarem os falsos rituais que mantinham sua aparência diante dos homens, dos quais poderiam se vangloriar. Creio que tais sacrifícios não subiam como aroma suave, e ao contrário disso, eram abomináveis ao Senhor, e rejeitados por Ele, eram práticas de “crentes mornos”, o que fatalmente os levariam a condenação como vemos em Apocalipse 3:15,16 “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”, considerando ainda o que disse o profeta Naum a respeito de DEUS, Naum 1:3 ”o Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, e ao culpado não tem por inocente; o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés”.

Em Isaías 66:2-3 temos um retrato do conhecimento do Senhor a nosso respeito e do que de fato representam nossos falsos sacrifícios ante a Ele, “Não foram as minhas mãos que fizeram todas essas coisas, e por isso vieram a existir? ", pergunta o Senhor. "A este eu estimo: ao humilde e contrito de espírito, que treme diante da minha palavra. Mas aquele que sacrifica um boi é como quem mata um homem; aquele que sacrifica um cordeiro, é como quem quebra o pescoço de um cachorro; aquele que faz oferta de cereal é como quem apresenta sangue de porco, e aquele que queima incenso memorial, é como quem adora um ídolo. Eles escolheram os seus caminhos, e suas almas têm prazer em suas práticas detestáveis.

Dados os fatos e reflexões citados acima, que possamos ungir nossos olhos para ver o que estamos fazendo de errado ou deixando de fazer para o Reino de DEUS, conforme o conselho do Senhor dado à igreja de Laodicéia por intermédio de João em Apocalipse 3:18, aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.

Consideremos também, uma das motivações que devemos ter para servir a DEUS deixada por Paulo em 1 Coríntios 9:25-27 E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.